quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cai o pano.


Posso me refazer, posso ser quem eu quiser, posso criar e dar vida a aquilo que não é real. Posso mudar, e fazer de verdade o que talvez possa ser apenas um sonho. Tenho a possibilidade de doar o corpo para que algo tenha vida, e usá-lo como instrumento em cena.
Nada mais é palco, nada mais é cortina, nada mais é luz; tudo torna-se vida. Assim posso emocionar, tenho o poder de arrancar risos, derramar lágrimas e manipular qualquer tipo de emoção. Ouvir o aplauso, sentir o calor do público, ver sorrisos, risos, tudo isso é realmente mágico, porém completamente real. Nessas horas quando a glória toma seu lugar, sinto-me triste, porque não sou eu, não tenho mérito algum, minha expressão, meus movimentos e minha voz foram apenas usados por outro ser, por outro personagem, e aí me sinto inferior.
De que vale construir personagens se quando preciso desse dom sou incapaz de fugir da realidade, sou incapaz de mudar de sentimento, de fazer minha própria expressão, sou incapaz de me esconder do meu personagem principal?

Texto dedicado a amiga, atriz, cristã, publicitária, escritora, Raquel Amsberg, que deu apoio e coragem pra postar esse texto. Você é especial!

Acompanham e sigam http://escrevote.blogspot.com/ de Raquel Amsberg.

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